segunda-feira, 29 de julho de 2013

Raul Lino no Brasil em 1935 e em 2013!



A paixão de Raul Lino pela música e as relações que defendeu entre a Arquitectura e a Música serão por mim realçadas no 1º Fórum Para Bandas Filarmónicas (1 a 4 de agosto) na Universidade Federal da Bahia (UFBA).

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Como pode nascer uma tese

 
Um livro pode mudar-nos a vida. Pelo menos, é capaz de fazer-nos mudar de direcção!
Estava eu a fazer um trabalho de investigação, no curso de mestrado, sobre azulejos na cidade de Aveiro, algo que «aparentemente» nada tem a ver com a (minha querida) música quando... folheando um livro sobre a temática - não me lembro qual, mas hei-de descobrir -, descubro no meio de uma imensa lista bibliográfica, este belíssimo livrinho de pouco mais que cinquenta páginas.
Raul Lino, o mais "musical dos nossos arquitectos", segundo o professor e arquitecto Pedro Vieira de Almeida (1933-2011), tinha na música, a sua "segunda natureza" (José-Augusto França).
A partir desse dia deitei para trás das costas os azulejos ( já tinha praticamente uma tese com este trabalho) e, felizmente, encontrei o tema da minha tese mestrado!
Nada de perde. Não foi tempo perdido o que dispendi com a azulejaria de Aveiro, bem interessante, diga-se!!
Talvez um dia alguém «pegue» na história da Fábrica da Fonte Nova e tenha aí a sua tese de mestrado!! Tenho muita informação e fotos!

sexta-feira, 19 de julho de 2013

domingo, 14 de julho de 2013

Arquitectura e Música/ Música e Arquitectura: Kandinsky e Schoenberg

Sendo a minha ignorância total quer em música quer em pintura, o que é certo é que a pintura de Kandinsky me toca bastante, talvez pela sua musicalidade.
É algo que sinto efetivamente e a sua influência em mim e naquilo que vou modestamente pintando refletirá isso mesmo.


Kandinsky e Schoenberg


A relação entre o pintor russo e o compositor vienense é fascinante. E as influências recíprocas são "indiscutíveis".
Não faltam estudos a demonstrá-lo.
Foi a analogia entre a pintura abstracta de Kandinsky e o atonalismo de Schoenberg um dos pontos de partida para a minha tese de mestrado (Arquitectura, Música e Acústica no Portugal Contemporâneo, 2010):
 
"O interesse pela História da Arte foi despertado em mim há alguns anos atrás durante a Licenciatura em Ensino de Música que realizei na Universidade de Aveiro. À medida que as outras artes me eram reveladas, crescia a vontade de as relacionar com a Música e de perceber em que medida se podia falar, por exemplo, de «sonoridade das cores», ou seja, de uma qualidade musical associada a um domínio artístico aparentemente tão desigual relativamente à arte dos sons como é a pintura. A obra do pintor russo Kandinsky é, neste contexto, um caso pertinente na História da Arte, tendo sido grandemente influenciado pelas pesquisas atonais que o seu amigo Schoenberg empreendia no âmbito da composição musical entre a primeira e a segunda décadas de novecentos, época em que se vê também publicada a obra Do Espiritual na Arte (1912)."

Descobri hoje mesmo a tese de Juliano Lamur, Brasil, subordinada a este tema, justamente: ver aqui.
 

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Eugénio de Andrade inspirou Lopes-Graça

 
 
Segundo Teresa Cascudo, Lopes-Graça encontrou, na poesia de Eugénio de Andrade, "a centralidade da palavra e do seu poder para criar imagens e ritmos, o profundo humanismo, a vitalidade e a ligação à natureza, a emoção capaz de exprimir, ao mesmo tempo, a dor e a alegria".
Por seu turno, o poeta do Porto afirmou que o compositor "não abdicou de sonhar essa aliança primogénita entre palavra e música, fazendo de ambas uma única e crispada alegria". (PÚBLICO, 25-6-2005)
 
Só as tuas mãos trazem os frutos.
Só elas despem a mágoa
destes olhos, choupos meus,
carregados de sombra e rasos de água.

Só elas são
estrelas penduradas nos meus dedos.
- Ó mãos da minha alma,
flores abertas aos meus segredos.



A origem da Música segundo Liu Bou We

"As origens da música são muito remotas. A música nasce da medida e tem as suas raízes no grande Um. (...) Quando o mundo está em paz, (...) então pode-se fazer bem música. (...) A música perfeita tem a sua causa. Nasce do equilíbrio." (in Primavera e Outono).

Vitrúvio em português

 
"O tratado de arquitectura de Vitrúvio foi pela primeira vez traduzido em Portugal directamente do latim". A tradução é do professor e historiador da arte Justino Maciel, numa "arqueologia do texto romano" que começou há quase trinta anos. Para a tradução da obra, o professor Maciel apoiou-se, sobretudo, "no manuscrito mais antigo até hoje conhecido, o chamado «Harleianus», datado do século IX e guardado no Museu Britânico".
Desta notícia do PÚBLICO de 17 de Junho de 2006, sublinho o último parágrafo: "O autor da tradução diz que nasceu no campo, no tempo dos carros de bois, do arado, das lamparinas de azeite, de uma vivência à romana. (...) Na história da arte, só conhecendo a linguagem dos pedreiros e dos carpinteiros é que conseguimos hoje dar certos nomes às coisas, como o chedeiro, a caixa do carro de bois. Arquitecto, aliás, quer dizer carpinteiro principal: Esse nome ficou e ninguém hoje imagina isso".

Saramago e Corghi

Azio Corghi (1937) já escreveu sete obras musicais sobre textos de Saramago. Para este compositor italiano, "a literatura é uma grande inspiração quando se trata de encontrar temas teatrais. Em Saramago, Corghi encontra "tudo lá dentro: romance, poesia, teatro, música!"
(PÚBLICO, 18-3-2006)

quarta-feira, 10 de julho de 2013

terça-feira, 2 de julho de 2013

Lisboa em Si

 
No passado dia 21, Lisboa ouviu-se a Si mesma. O projeto teve ou tem um nome curioso: Lisboa em Si, "o inédito e singular concerto de sete minutos" , dadas as 7 colinas da cidade, os sete minutos do terramoto de 1755, Si a sétima nota também!!. Os intervenientes deste maravilhoso projeto: mestres, marinheiros, guarda-freios, padres, sacristãos, músicos, bombeiros,engenheiros e tantos. Os sons: apitos de barcos, de viaturas de bombeiros, de comboios, sinos de igrejas e de campainhas de eléctricos.
Um projeto fabuloso, muito belo, liderado pelo músico referido, Pedro Castanheira.
Gostei muito do seu texto no PÚBLICO de ontem. Transcrevo excertos:
Foi uma "Uma reflexão sobre o que o sonho, o ideal distante, pode construir, na união e convergência de tanta gente, tantos voluntários, tanto público, tanto silêncio.
A prova de que a projecção individual de cada um e a realização colectiva de tantos pode passar pela partilha de um ideal por vezes tão ridiculamente simples como estar em silêncio. O simples facto de no dia 21 parte da cidade ter parado para se ouvir abre definitivamente a possibilidade da continuação desta ideia, na busca da sua musicalidade. "
Também os lisboetas, turistas e outras gentes ali presentes participaram no concerto. fazendo parte do concerto com o seu silêncio!!!
O silêncio também é música...
parabéns pela iniciativa!