quarta-feira, 12 de junho de 2013

Raul Lino não se esquece da música nem no Brasil!

A propósito do Ano de Portugal no Brasil...
Lembro-me de um texto que Raul Lino escreveu em 1937 sobre a sua viagem ao Brasil feita dois anos antes... Chamou a essa (longa) dissertação Auriverde Jornada.
Ao terceiro capítulo intitulou de «Espírito na Arquitectura».
Logo no início deste capítulo, percebemos como Raul Lino concebe o artista: "Tu serás músico. A tua alma terá a sensibilidade necessária para apreender o sentido das coisas que te rodeiam e será dotada da afinação precisa para compor o canto revelador dessa mesma sensibilidade." Músico não no sentido corrente, está bom de ver. Antes como o entendia Francisco da Holanda "que chamava desmúsicos aos que pela pintura se não interessavam. (...) E é por isso que há tantas vocações erradas em volta desta profisssão de arquitecto."
Mais tarde, praticamente no final do mesmo capítulo, Raul Lino volta a evidenciar toda a sua paixão e admiração pela arte dos sons: "Arte puríssima, Artem sublime, arte empolgante como nenhuma, que se dirige da maneira mais imediata ao nosso sentimento, dispensando todo o processo de adaptação, é a música, a música absoluta. (...) A arquitectura é música eternamente presa à matéria".
Nota: «auriverde», ou seja, da cor do ouro e verde (as cores da bandeira brasileira).

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