sábado, 1 de junho de 2013

Som e espaço

A propósito do programa Música & Revolução da Casa da Música (Abril 2013) li no PÚBLICO (25-4-2013): "(...) a partir de dado momento da História, a música começou a ser também pensada em função do espaço para que era concebida. (...) Gabrielli (c. 1555-1612) «foi pioneiro na atenção à relação do som com o espaço», quando decidiu espalhar por vários sítios da Catedral de São Marcos, em Veneza, os cantores de grupos vocais, criando uma experiência sensurround antes de tempo."
Este é outro dos temas que quis aprofundar na minha tese: (...) Segundo Carpeaux, [Gabrielli], em Sacrae Symphoniae (1597), apresenta “obras-primas em que a alternância e reunião dos coros produzem efeitos sonoros verdadeiramente assombrosos”. O autor dá o exemplo do moteto Benedictus escrito para três coros que, juntamente com outras obras, só alcança “o devido efeito na igreja e mesmo só em igrejas que dispõem das condições acústicas de San Marco.” Para Wörner, estes compositores venezianos do século XVI, e seus sucessores, introduziram, pela primeira vez na história da música, “physical space as a component of the art of musical composition". (Arquitectura, Música e Acústica no Portugal Contemporâneo, FaupPublicações, Porto, 2010, pp. 176).

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