sexta-feira, 31 de maio de 2013

Encontros Arquitectura e Música




A Trienal de Arquitectura de Lisboa 2007 organizou um Ciclo Arquitectura e Música. Como se pode observar pelo programa houve várias conferências. E foi curiosa a «festa» de encerramento dos Encontros: com actuação de músicos-arquitectos e Djs arquitectos!
O comissário do ciclo, João Ramos Marques, assinalou a oportunidade de “poder reforçar o acto de criação, pela formação de uma sensibilidade instrumental, numa cultura de diálogo transdisciplinar”.
Mário Laginha foi um dos participantes que declarou:
"Uma viagem que fiz com o José Mateus [arquitecto e comissário geral do evento] durante um fim-de-semana a algumas obras emblemáticas da arquitectura portuguesa serviu para confirmar que muitos dos termos utilizados no universo da arquitectura são comuns aos utilizados no universo musical. Achei que isso seria um bom ponto de partida na concepção desta música. Espaço, ou a ausência dele, estruturas regulares e irregulares, linhas contínuas e descontínuas, superfícies planas ou distorcidas são alguns dos conceitos que serviram como motivo para a composição dos temas deste trabalho. Poderão dizer que a música deste álbum não é tão diferente assim daquela que eu tenho feito até aqui. Espero bem que não. Mas posso garantir que sem o estímulo da arquitectura não seria a mesma.” (Mário Laginha, Maio 2007).
Um site a consultar.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

"Um paraíso com música"




Virgem da Glória
Políptico da Vida da Virgem, c. 1500
Museu de Évora
 
Esta pintura mostra a Virgem com o Menino Jesus, "num trono celeste, num edifício semelhante a uma igreja, glorificada por uma corte de anjos músicos e cantores, escrupulosamente posicionados com seus instrumentos da época [sé. XV], traduzindo uma ligação entre a música e o paraíso celestial que foi comum no final da Idade Média".
(PÚBLICO, 31-3-2007)


terça-feira, 28 de maio de 2013

"Hip Hop salvou minha vida"

Dexter (alusão ao nome de um dos filhos de Martin Luther King), é um rapper "forjado numa prisão do Brasil". Dexter esteve «exilado» 13 anos, disse ao PÚBLICO, o que é diferente de estar «preso».
Aos poucos, "vai redescobrindo a «liberdade nas pequenas coisas» (...) "Não virou as costas à prisão. Idealizou o projecto Como Vai Seu Mundo? (...) por meio de oficinas de teatro, música, dança, fotografia, rádio, trabalham a ideia de que «existem outras coisas para fazer, não só o crime»".
Dexter está em Portugal para alguns concertos.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Biologicamente musicais!

"A música «faz parte da nossa biologia, como andar, falar ou ver», garante o neurologista canadiano Robert Zatorre, um dos comissários, com o seu colega português Armando Senna, do simpósio internacional Música, Poesia e Cérebro, que reuniu no passado dia 25 uma equipa de neurocientistas, musicólogos e outros investigadores. As novas técnicas de imagiologia têm permitido aos neurocientistas observar o modo como o cérebro reage à música. E os resultados sugerem que somos um animal estruturalmente equipado para a música, como demonstram que o treino musical prolongado provoca alterações físicas no cérebro." (PÚBLICO, 25/5/2013)


domingo, 26 de maio de 2013

O 'nada' da criação

Uma boa reportagem na revista do PÚBLICO deste domingo (26/5): «Criatividade: o lugar onde a arte começa». Gostei das palavras introdutórias de Isabel Lucas:
"No princípio nem sempre há a ideia. Estamos no ponto onde nasce a obra, o zero, o arranque, o lugar onde tudo começa na cabeça dos criativos.(...) À partida, no momento onde ainda nada se vê ou escuta, criar é um acto isolado. Conjuga-se na primeira pessoa do singular".

Helena Sá e Costa: os 100 anos



Hoje, na Casa da Música, celebra-se o nascimento de «Dona Helena». "Professora e intérprete, é uma referência no séc. XX", lê-se no PÚBLICO.
Pedro Burmester, um dos seus muitos alunos, afirma: "[Helena Sá e Costa] não tinha um método definido: cada aluno era tratado pessoalmente como um caso".

sábado, 25 de maio de 2013

Viagem pela arquitectura da música

Foi assim que Cristina Fernandes, PÚBLICO, chamou ao seu artigo sobre o ciclo De Bach a Kurtág, que decorreu em junho de 2010 no CCB.
Massimo Mazzeo, programador do ciclo e fundador do Divino Sospiro, afirmou:"tanto para Bach como para Dufay a música é um projecto arquitectónico. Às vezes literalmente, pois as proporções rítmicas do motete Nuper rosarum flores de Dufay têm uma equivalência nas proporções da cúpula da catedral de Florença".
Dediquei um capítulo da minha tese de mestrado justamente à correspondência entre a estrutura arquitectónica da catedral de Florença  e a estrutura musical daquele moteto do século XV (Arquitectura, Música e Acústica no Portugal Contemporâneo, FAUPpublicações, Porto, 2010, cap.4).

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Há matemática em Mozart?

                                                                             



                                                                                 


Em Outubro de 2006, na Casa da Música, mais de 300 músicos e matemáticos debateram vários aspectos do 'namoro' entre estas duas áreas cada vez mais próximas.
Uma das palestras foi a da matemática Carlota Simões, professora do departamento de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (e coordenadora nacional do Matemática do Planeta Terra 2013), "que questiona a ideia de que a obra de Mozart é norteada por padrões matemáticos (...) que simetrias podem ser encontradas nas sonatas para piano, violino e violoncelo compostas quando o autor tinha oito anos? E quais os padrões matemáticos que podem ser identificados em A Flauta Mágica?"
 

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Música Contemporânea III
(
técnica mista sobre papel, 2012)


O nosso Fernando Pessoa enquanto publicitário utilizou brilhantemente a frase "Primeiro estranha-se, depois entranha-se "a propósito de uma bebida que dava os primeiros passos em Portugal.
Situação semelhante me aconteceu quando decidindo ouvir na Antena 2 o programa de António Cartaxo “ Música Contemporânea “ me deparei com  uma música deveras estranha para os meus ouvidos, mas a persistência permitiu-me passar da situação “ estranha “ para a situação de “ entrenhamento “
Tal persistência permitiu ver ( ouvir ) algo mais para além do que me era apresentado.
O resultado foi aquilo que humildemente me proponho apresentar.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Deus como arquitecto

Deus como arquitecto do universo. Da Bible moralisée, Viena. Biblioteca Nacional Austríaca

"Traçou um círculo à superfície das águas, até aos confins da luz e das trevas" (Job 26:10)
Reparo no compasso...

"Música e arquitectura são irmãs"




Santo Agostinho por
Piero della Francesca, c. 1465
 (da colecção do Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa)
 
Santo Agostinho dizia que “música e arquitectura são irmãs, porquanto ambas são filhas do número; têm igual dignidade, tanto mais que a arquitectura espalha a harmonia eterna, tal como a música a ecoa. (...) Agostinho usou a arquitectura, tal como o fizera com a música, para demonstrar que o número (...) é a fonte de toda a perfeição estética”. Para Simson, “no Ocidente, e sob influência de Santo Agostinho, a beleza era concebida em termos musicais”. A própria arquitectura, na sua linguagem de formas, “transmite visualizações que transcendem o mundo da imaginária”, tornando visível uma harmonia suprema.
 
(Otto von Simson, A Catedral Gótica, Editorial Presença)

terça-feira, 21 de maio de 2013

Música de Calçada



Em Março, no Pavilhão do Conhecimento, deu-se início a uma série de iniciativas no âmbito do Ano Internacional da Matemática do Planeta Terra 2013.
"Essa maior ligação entre a matemática e outras disciplinas foi o grande motor deste ano internacional. (...) Ana Pereira do Vale, da Universidade do Minho, e o músico Gonçalo Freire mostram que a Matemática nos frisos das calçadas salta para a Matemática na música. Nos frisos da calçada tradicional portuguesa encontram-se sete simetrias diferentes, tal como existem sete tipos distintos de simetrias na música. Esta é assim uma maneira divertida de entrar neste mundo."
(PÚBLICO, 5-3-2013)
 

sábado, 18 de maio de 2013

Arquitectura, Música e Acústica

Em Novembro de 2005, defendi a minha tese de mestrado na Universidade Nova de Lisboa.
Em Fevereiro de 2011, a Faculdade de Arquitectura da UP lançava a edição da mesma, com o título Arquitectura, Música e Acústica no Portugal Contemporâneo. Em Setembro desse mesmo ano, a Casa da Música organizava um Ciclo de Conferências dedicadas, justamente, ao diálogo entre as duas artes: Evocando Xenakis - A Música no Espaço: Diálogos entre Música e Arquitectura. E, um mês depois, a FNAC deu-me a oportunidade de apresentar o meu livro.
A Casa da Música tinha já levado a cabo, em Janeiro de 2007, uma conferência subordinada ao mesmo tema: Casas de Músicas (abordando a relação da Música com a Geometria e a Arquitectura) com o arquitecto João Pedro Xavier e eu mesma.
Estes são apenas alguns momentos que tenho registados (darei conta de outros numa próxima oportunidade).
O tema interessa não só a músicos mas, como tenho notado ao longo destes anos, sobretudo a arquitectos e a estudantes de Arquitectura em Portugal e no estrangeiro.
Dois alunos de Arquitectura (ISCTE-IUL de Lisboa e Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto) procuraram-me este ano, no sentido de co-orientar as suas teses de mestrado.
Em Portugal, para além desta tese, tenho conhecimento da de Clara Germana Gonçalves, Contributo para uma visão integrada: arquitectura e música em questão (1998) e a de Lídia Tauleigne Roque, Arquitectura e Música, Uma Visão Estruturalista, editada pela Papiro em 2008.